segunda-feira, 15 de julho de 2013

O agronegócio também clama por educação

Por Guilherme Cunha Malafaia


Com produtores e técnicos mais especializados, o Brasil terá potencial de aumentar sua eficiência no agronegócio, gerando aumento substancial de ingressos de divisas.
O conceito de agricultura foi usado até recentemente para entender a produção agropecuária em toda a sua complexidade, desde o fornecedor de insumos até a industrialização e distribuição dos produtos agroalimentares. Entretanto, o ambiente organizacional para o agropecuário se tornou mais complexo e abrangente, e o conceito de agricultura passou a não ser mais representativo. Antes desenvolvidas quase que exclusivamente dentro das unidades produtivas, passaram a ser feitas por empresas especializadas, antes e depois da produção agropecuária. Entretanto, ainda persiste uma preocupação maior com as formas de aumentar a safra do que com os meios de administrá-la, distribuí-la e vendê-la com lucros satisfatórios. Da mesma forma, existe pouca preocupação com o aperfeiçoamento dos sistemas de gestão que envolvem as empresas de insumos agrícolas e a distribuição e comercialização de produtos agropecuários com valor agregado.
Com o objetivo de entender essa complexidade, muitas universidades têm desenvolvido cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado na área, buscando formar mão de obra qualificada para responder a essas necessidades do setor. Entretanto, é preciso investir mais no ensino para dispormos cada vez mais de profissionais multidisciplinares, capazes de não somente atuar com eficiência no setor produtivo, mas, também, em outras disciplinas estratégicas que envolvem o conceito do agronegócio. Com produtores e técnicos mais especializados, o Brasil terá potencial de aumentar sua eficiência no agronegócio, gerando aumento substancial de ingressos de divisas.
Em épocas de reinvindicações, como a que vivemos neste momento no país, o agronegócio também clama por investimentos na área de educação.
* Guilherme Cunha Malafaia é pesquisador da Embrapa, professor do programa de pós-graduação em administração da Universidade de Caxias do Sul e doutor em agronegócio

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